Wednesday, May 6, 2009
Plagiarism 101
Por Oscar Niemeyer
Os amigos do Correio Braziliense insistem para eu escrever qualquer coisa sobre essa celeuma que está ocupando a mídia. Uns contra a praça que projetei para Brasília, outros apoiando-me , dizendo que ela em nada perturba o Plano Piloto, e que é bonita e monumental, como afirmou o nosso amigo Lelé, um dos mais importantes arquitetos do país.
E, como hoje estou de bom humor e mais disposto a comentar o assunto, reconheço que a briga está boa. Cada um defendendo o seu ponto de vista — alguns merecendo resposta, pela maneira inteligente e elegante com que discutem os problemas, outros mais petulantes a tratarem as questões de arquitetura e urbanismo com uma audácia que a falta de informação deveria deter.
Confesso que durante esses dias tive o prazer de ler Lelé a exaltar o valor da minha arquitetura ou Glauco Campello num texto muito bem escrito, justificando a integração do meu projeto em Brasília. E isso sem falar do artigo de Ítalo Campofiorito que, com muito brilho, elogia e aprova a adoção do meu projeto no Plano Piloto.
Graças ao apoio de nossa amiga Vera Brant, até um grupo dos mais importantes advogados de Brasília veio a público, declarando que juridicamente nada impede a minha intervenção ao propor uma nova praça para esta cidade.
Mas não é apenas o Correio Braziliense que insiste em divulgar minhas novas declarações sobre o assunto, mas também os amigos que me cercam, dizendo que eu não posso ficar calado sem querer criticar o Plano Piloto, enquanto os outros combatem o meu projeto com tanta virulência:
“Oscar, você não deve se recusar a falar sobre o Plano Piloto. Por que você, por exemplo, não diz que o Plano Piloto está dividido entre pobres e ricos? Os primeiros em seus apartamentos confortáveis ligados às escolas, ao comércio local, como convém; os outros, mais de 3 milhões de brasileiros, esquecidos pelas cidades-satélites sem escolas, postos de saúdes e as áreas de recreio indispensáveis. Uma questão que preocupa muito o atual governador, interessado em resolvê-la.”
“Se você falar sobre isso, não está criticando o Plano Piloto. Você está defendendo esses princípios de igualdade e fraternidade que uma cidade como Brasília deveria levar em conta.”
“Você, Oscar, poderia recordar que a praça que propõe vai criar um estacionamento para 3 mil carros, indispensável para se responder a esses problemas de tráfego que afligem o povo desta metrópole. Você precisa compreender que a sua arquitetura foi muito importante para a nova capital, e que hoje está difundida em todo o mundo — Portugal, Espanha, Itália, França, Argentina, Chile, Argélia e até no Cazaquistão —, como o álbum que você nos mostrou revela. Você, Oscar, está contribuindo, mais que qualquer outro, para a divulgação da nossa arquitetura no exterior.”
E fiquei a ouvi-los, lembrando a audácia do atual presidente do Iphan a se manifestar contra a minha arquitetura.......
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
taiga... taiga... taiga...
ReplyDeletebârdi... bârdi... bârdi...
HAHAHAHAHAHAHA
Niamaia tá senil.